sábado, 9 de outubro de 2010

Os políticos e o aborto







Com o fim do 1º turno e os candidatos do 2º turno já definido, esperou-se durante a semana notícias sobre as estratégias que serão usadas pelos candidatos a presidência, Dilma Roussef e José Serra, mas ao invés dos candidatos mostrarem suas propostas, passaram a semana comentando e tentando amenizar suas opiniões e boatos sobre a legalização do aborto com um único objetivo, tentar ganhar o apoio da igreja católica e evangélica.

Algumas semanas antes das eleições, caiu nas mídias, principalmente na internet, comentários de Dilma dizendo que ela era a favor do aborto. Isso gerou uma grande polêmica e revolta por parte dos religiosos, que começaram a criticar o comentário da candidata. Muitos acreditam que a queda dos pontos no ibope foi causado por esse comentário e por isso aconteceu o 2º turno, pois a legião de católicos tradicionais no país é muito grande e isso pode ter desagradado muitos fiéis.

Agora os dois partidos rivais se concentraram nesse assunto, uns mudando os discursos sobre o aborto, o outro criticando essa provável mudança repentina de opinião, com o objetivo de desmoralizar o adversário frente ao eleitor. Não é uma atitude muito louvável, mas cada um atira com a arma que tem. A verdade é que parece que estamos voltando no tempo, onde a igreja que tinha o poder e dominava o Estado, ditando regras, leis e comportamento, onde para um rei dar um ordem, era preciso do consenso e as vezes até da autorização da igreja, que muitas vezes passava por cima dos governantes para ter seus benefícios e objetivos alcançados.

A sensação é que hoje está acontecendo a mesma coisa. O Estado com medo de não ter apoio da Igreja e perder eleitor, e isso está ocorrendo dos dois lados, tanto do PT quanto do PSDB, ambos estão amenizando e criticando o assunto, agindo de acordo com os gostos da Igreja para não saírem prejudicados.

Esse assunto é muito delicado e se for discutido deve-se ter cautela ao abordá-lo. É preciso também entender as necessidades dessas mulheres e o perigo dos abortos clandestino, esse que mata centenas de mulheres todos os anos ,que fazem o aborto sem as mínimas condições, não têm nenhum tipo de acompanhamento ou orientação sobre o que é, as causas e conseqüências de um aborto, mas infelizmente, esse assunto vai ficar na mídia até as eleições acabar, depois disso, aquelas promessas dos candidatos de trabalhar esse tópico vão ser esquecidas e a ilegalidade vai continuar como era antes.


Autor: Iratan S. Moura

23 Anos, estudante de Publicidade e Propaganda na Universidade São Judas Tadeu em São Paulo.

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