segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Brasil - O país da impunidade



Domingo, cinco jovens de classe média de São Paulo agridem, espancam, roubam e atiram lâmpadas fluorescentes em outros jovens na região da Paulista, próximo ao metrô Brigadeiro. Primeiro eles roubam um jovem de 23 anos e batem nele com socos no rosto, depois mais a frente tentam agredir mais dois jovens, um consegue fugir, o outro não, e acaba sendo espancado com socos, chutes, xingamentos e lâmpadas na cabeça.

A desculpa de tanta violência é simples: os jovens eram gays. Mas isso não é o pior. Hoje de manhã a Justiça de São Paulo deu a liberdade para quatro dos cinco marginais, pois eram menores de idade e o juíz entendeu que não se tratava de homofobia. "A Justiça entendeu que foi uma briga de rua e que os jovens não representariam perigo a nenhuma minoria se fossem soltos", disse Machado, advogado de um dos menores.

Mas, o que faziam quatro adolescentes de 16 anos em plena Avenida Paulista as 3 horas da manhã? E com lâmpadas fluorescentes na mão? Brincando de ser Luke Skywalker? O que aquele juiz tem na cabeça ao dizer que não se tratou de homofobia?

Isso mostra as diferenças de tratamento de pessoas de classes sociais diferentes. Acredite, se fosse um jovem de 16 anos da favela de Heliópolis, nem o juiz, nem a mídias os tratariam como adolescentes e sim como “marginais homofóbicos atacam homossexuais na Paulista”, mas são jovens de classe média, então o texto é outro. A liberação desses jovens só mostra o quanto o país tem que evoluir em termos de pensamentos e justiça.

E a pena? E o castigo? O que esses jovens vão aprender ouvindo uma mãe dizer que eles são “apenas crianças que estão chorando dentro da delegacia e não sabiam o que estavam fazendo”. E as conclusões dos advogados? “Eles foram abordados pelos jovens que estavam paquerando eles, por isso toda a confusão”. Mas, e se fosse uma paquera? Toda essa violência seria justificada por isso?

Infelizmente esse tipo de atitude e impunidade são a marca da justiça brasileira, que protege os bandidos e prendem os inocentes, que passam a mão na cabeça de marginais que acham que por vestirem uma roupa de marca, por ter a pele branca ou por considerarem mendigos, gays, prostitutas inferiores a eles. Esse é o exemplo que eles dão ao povo brasileiro que a cada dia fica mais desiludido com o rumo que o nosso país está tomando com tanta violência.



Autor: Iratan S. Moura

23 Anos, estudante de Publicidade e Propaganda na Universidade São Judas Tadeu em São Paulo.

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